terça-feira, 28 de abril de 2015

Corporação Musical 24 de Dezembro recebe novos instrumentos

 Ainda era final de 2013, quando o músico da Corporação Musical 24 de Dezembro, Samuel Lucas, que atualmente está como pesquisador e assessor cultural na Secretaria Municipal de Cultura, idealizou um projeto que foi interposto no Edital nº 01/2013 do Fundo de Arte e Cultura de Goiás para reposição dos instrumentos musicais da nossa gloriosa Banda Municipal.
O projeto de R$ 50.000,00 foi contemplado, no entanto ficou prejudicado por causa do período eleitoral, ficando assim impossibilitado temporariamente do envio dos recursos. 
Após o depósito do capital em uma conta específica da Prefeitura Municipal de Formosa, foi feito o processo licitatório, tendo como vencedora uma das maiores empresas do ramo musical nacional, a qual tem cumprido com os compromissos de acordo ao que foi solicitado.
Hoje, dia 28 de abril de 2015, recebemos com grande honraria mais um total de 30 estantes de partitura e 66 instrumentos musicais, ficando de receber posteriormente mais 04 instrumentos que ainda estão sendo importados.


Os instrumentos recebidos são:
  • 01 Clarinete Quasar Bb 17 chaves.


  • 48 Flauta Doce Quasar germânica.

  • 04 Flauta Transversal Quasar com chaves abertas com vedação de silicone removível e G fora de linha.



  •  01 Trombone de Vara King diâmetro médio. Em breve chegará mais 03 unidades.



  •  01 Sousafone Quasar Bb com estojo ultra resistente.


  •  05 Trompete Selmer Prelude Bb com bocal Vicent Bach.


  •  03 Saxofone Alto Eb Buffet Crampon, desing francês.



  •  01 Saxofone Tenor Selmer Prelude Bb design Americano ConnSelmer. Em breve chegará mais 01 unidade.



  •  01 Caixa Sinfônica 14" em Cobre Martelado Quasar.




  •  01 Par de Prato Órion Marching Band 16".



  • 30 Estantes para Partitura Quasar.
Essa é mais uma grande conquista da nossa gloriosa Corporação Musical 24 de Dezembro em agradecimento ao Governo de Goiás e demais parceiros.






quarta-feira, 22 de abril de 2015

Floripes Pires Lopes


      Nascida em 16 de Julho de 1.918, em Paracatu MG, filha de Osório Francisco Pires e Joana Francisco Pires.
      Cursou da 1ª à 8ª série em escolas públicas e o curso de Magistério na Escola Normal de Paracatu.
      Casou-se em 1940 com o Sr. Antônio Lopes na mesma cidade de Paracatu, com quem teve nove filhos.
      Iniciou sua atividade como educadora em 1938 em uma escola rural no município de Cristalina GO, onde trabalhou até 1940.
      Mudou-se para Formosa no dia 13 de agosto de 1948. Dos anos de 1.951 a 1.963 lecionou na Escola Reunida Santo Antônio do Xavier, localizada na fazenda de mesmo nome, no município de Formosa.
      De 1.964 a 1.967 lecionou na Escola Estadual "Almerinda Arantes", hoje Colégio Estadual Joaquim Antônio Magalhães. No período de 1.968 a 1.969 lecionou na Escola Estadual Presidente Vargas. De 1.970 até 16 de julho de 1.979, data de seu falecimento, lecionou na Escola Estadual Claudiano Rocha. 
      Foram exatamente 63 anos de luta árdua pela família, comunidade e a excelência da educação.
      Sendo uma pessoa muito cristã, sempre pregou a paz e a fraternidade, recebendo como recompensa inúmeras amizades. Muitos que a tiveram como professora, hoje prestam serviços à comunidade como bancários, funcionários públicos e seguindo seu exemplo como professoras.


      O nome da Professora Floripes Pires Lopes hoje estampa também as paredes de nossa Escola Municipal localizada na Av. Engenheiro Flávio Victor Dias, tendo sido construída pelo prefeito Jair Gomes de Paiva e tendo como secretária de educação a senhora Maria Ligia Barbosa de Almeida. Entre 1.991 e 2.007, em ordem cronológica, a escola contou com as seguintes diretoras: Maria Ferreira de Sousa, Maria Luiza Vieira Rodrigues, Maria do Socorro, Erlani Dourado, Mônica Mendes Ferreira, Ana Lúcia de Deus e Maria Aparecida Gonçalves Suares. 
      A primeira diretora eleita, com pleito de 2.008 a 2.011 foi a Eleusa Antonio Davi de Oliveira e a partir daí até a presente data, a diretora é Simone da Costa Gonçalves.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Ana Balduino Chaves


Ana Balduino Chaves

      Ana Balduino Chaves, filha de José Balduino de Sousa Décio e Felicidade Ortiz de Souza, nasceu em Posse, Estado de Goiás em 05 de agosto de 1921.
      Viveu em Posse a sua primeira infância. Em 1928, aos sete anos de idade, veio com seus pais para Vormosa. No ano seguinte começou a frequentar o Colégio São José, onde estudou até concluir em 1937 o curso Normal, e com dezesseis anos, conforme a legislação da época, estava apta para exercer o cargo de professora.
      Seu primeiro trabalho foi em Sítio D'Abadia e ali assumiu o cargo de professora acumulando o cargo de Diretora do Grupo Escolar Dr. João de Abreu, de março de 1938 a junho de 1940.
      Em Junho de 1940, conseguiu remover-se para o Grupo Escolar "Americano do Brasil" desta cidade, onde lecionou e exerceu por vários anos a função de Diretora.
Foto da época do Grupo Escolar Americano do Brasil
      Em março de 1946, casou-se com Pedro Chaves Filho, que se elegeu prefeito em 1970 e de cuja administração a Ana participou como grande colaboradora à frente da Secretaria Municipal de Educação.
Pedro Chaves Filho, prefeito formosense em 1970
      Em 1962 foi nomeada como Delegada Regional de Educação e instalou a primeira Delegacia Regional de Educação em Formosa. Realizou cursos de atualização em Educação de Agentes, Curso de Delegada de Ensino e de outros educadores. Conseguiu depois de várias instâncias junto ao Governo do Estado, a construção da sede própria da Delegacia de Educação, hoje Subsecretaria de Educação.
      Coordenou a Campanha do MOBRAL de 1972 a 1973.
      Em 1976, como resultado do grande trabalho prestado à educação, foi, pela segunda vez, indicada e nomeada a exercer o cargo de Delegada Regional de Educação em Formosa. Com a nova oportunidade e equipada com as experiências obtidas, desempenhou com sabedoria, coragem e mais aptidão a missão em que lhe foi confiada.
      Foi coordenadora da Campanha Nacional de Controle da Poliomielite em 1980, marcada pelo sucesso em divulgação, informação e adesão da sociedade regional.
      Como delegada, participou de todos os Congressos, Seminários e Cursos de atualização oferecida pela Secretaria de Educação entre 1962 a 1982.
      Faleceu em 17 de setembro de 2003, legando aos filhos, irmãos, netos, bisnetos, parentes e amigos um exemplo de tenacidade, de fé e de lisura por tudo que realizou na fecundidade de sua vida.

Cópia da Lei que nomeia a Unidade Escolar
Compêndio Fotográfico do dia da inauguração.
 
      Através de toda a dedicação da vida à educação formosense, o reconhecimento pelos relevantes serviços vieram através de seu nome colocado na Escola Municipal Ana Balduino Chaves, inaugurada no dia 19 de abril de 2008, pelo então prefeito municipal Clarival de Miranda, sendo a Argentina Martins da Silva a Secretária Municipal de Educação. A escola localiza-se no Parque Laguna II, na Rua Salim Bittar, s/nº, nas proximidades do Hospital Municipal de Formosa.
      A construção do prédio seguiu uma estrutura arquitetônica inovadora, diferenciada e funcional. Possui todos os equipamentos e mobiliários necessários ao bom funcionamento, sendo projetada para atender uma média de 500 alunos distribuídos nas séries iniciais até o 9º ano do ensino fundamental. 
      A primeira diretora da Unidade Escolar foi a Arlete Francisco Pires Oliveira. 




quinta-feira, 16 de abril de 2015

Adelina Rodrigues de Souza


      Adelina Rodrigues de Souza nasceu em 30 de Novembro de 1947, nesta cidade de Formosa, Filha de Eduardo Rodrigues Pimentel e Sebastiana Ferreira de Almeida.
      Casou-se com Martinho Lutero de Souza em 1970, com quem formou sua família com quatro filhos, vindo a enviuvar-se em 25 de dezembro de 1977.
       Com a morte do seu marido, sentiu a necessidade de prosseguir seus estudos e conseguir um emprego. 
      Em 23 de abril de 1979 foi admitida pela Prefeitura Municipal, na função de merendeira, na qual foi cedida a prestar serviços à "Escola Estadual de 1º Grau José Décio". Mais tarde, portando o diploma de Técnico em Magistério, deixou de exercer o cargo de merendeira e passou a pertencer ao quadro de professoras em 13 de janeiro de 1984 junto ao MOBRAL (Alfabetização de Adultos).
      Até então, no decorrer dos anos, fora em busca de aperfeiçoamento da área em educação com cursos, seminários, treinamentos, ciclos de palestras, projetos, etc.
      Em 09 de agosto de 1982, afastou-se temporariamente dos serviços em virtude de candidatura à Câmara Municipal nas eleições de 15 de novembro do mesmo ano sob a legenda do Partido dos Trabalhadores (PT). Por número insuficiente de votos para eleger, retomou às suas funções anteriores a partir do ano de 1983, posteriormente passou a pertencer ao Partido dos Trabalhadores Brasileiros (PTB). Foi requisitada a prestar serviços na Secretaria Municipal de Educação, mais tarde retornando à sala de aula. Ampliou suas experiências pedagógicas num período de 2 anos na Fundação Educacional de Brasília. 
      Em 26 de novembro de 1993 afastou-se das funções de professora de acordo com a perícia médica e passou a exercer o cargo de coordenadora de turno.
      Em janeiro de 1999 iniciou sua faculdade parcelada pela Prefeitura Municipal.
      Já com a saúde fragilizada, requereu licença para tratamento de saúde em 25 de fevereiro de 2000, após várias perícias chegou ao laudo da junta médica, ficando incapacitada de continuar suas funções e abandonando a faculdade.
      Aposentou-se por invalidez em 07 de agosto de 2000 e continuou sou tratamento médico. Infelizmente veio a falecer em 13 de dezembro de 2001.



      Hoje, a nossa querida professora empresta seu nome para a Escola Municipal Adelina Rodrigues de Souza, criada através da Lei nº 079/02 - SMG, de 26 de março de 2002, localizada na Rua Eunice, quadra 24, lotes 17/21, Jardim Califórnia, Formosa, Goiás, ministrando Educação Infantil 2ª fase, Ensino Fundamental de 1º ao 5º ano e EJA 1ª Etapa.
      A Escola Municipal Adelina Rodrigues de Souza foi construída no ano de 2001 durante o mandato do Prefeito Sebastião Monteiro Guimarães (Tião Caroço), tendo como Secretária Municipal de Educação a senhora Argentina Martins da Silva e a primeira diretora nomeada foi a senhora Silvana Rodrigues de Souza Pinto. 
      Quando inaugurada, a Unidade Escolar contava com apenas quatro salas de aula, secretaria, banheiros masculino, feminino e administrativo, depósito e área de circulação. Devido a grande demanda, em 2003 houve uma ampliação com mais quatro salas de aula, sala para professores, quadra de esportes coberta e parque infantil.
      A primeira diretora eleita foi a Srª Maria Gêlza Neris dos Santos.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

A Lenda do Carro de Boi - Cordel


Não me alembro bem dereito
Mas clareia na lembrança
Um causo que ouvi
Nos meus tempo de criança
Não sei se fala de fé
Ou se fala de abastança
Mas que fez ne mim um medo
De perder a esperança

Já faz tempo bem bastante
Qu’inda era um menininho
Cunteceu na minha famía
Cunteceu cum meu padrinho
Intão vi com us meus zói
Eu vi tudo de pertinho
Nóis morava na estrada
E nóis tinha uma pousada
Lá de junto do Corguinho

Entonce Quinca de Dona Zefa
Abastado pra daná
Resolveu subir pro norte
C’uma carga pra negociá
Levô mandioca arroz feijão
Abóbora milho e cará
O carro foi lotado
E levô a famía pra passear

Me alembro como hoje
E me aperta o coração
Era uma época diferente
O povo tinha muita devoção
Padre Tiago nem tinha nascido
Mas aqui tava o Frei João
E Quinca de Dona Zefa
Arresolveu fazer essa tarefa
Caçando a própria maldição


Vô explicá do meu jeito
Vem cá, senta aqui no canto
Q’antigamente nóis tinha regra
Dinheiro não valia tanto
Hômi de verdade tinha postura
O bigode era um encanto
Mas quero dizer do coração
Nóis tudo tinha devoção
E não trabalhava em dia santo

Mas Quinca era diferente
Trabaiô até se abastá
Dizia que cum seu dinheiro
Tudo poderia comprar
Falava que finado Frei João
Ficava mentindo no altar
Inventando os dia santo
Só pro povo num trabaiá

Tava chegando a páscoa
Quinca nem se importô
Num ouvia nenhum consêi
Ele se achava o dotô
Pegou seu carro de boi
Os boi carrêro impariô
Encheu o carro de coisa
E com a famía viajô

Lembro do véi meu pai
Q’insistiu muito ainda
Pedindo pr’ele ficá
Pra ver Jesus perder vida
Ia chegar a Semana Santa
Num era semana de lida
Era semana de ficar em casa
Na noitinha seguir pra missa

Entonce Quinca de dona Zefa
Cuma nunca se importô
Cumeçô a blasfemá
E cum meu pai assim falô:
– Mas Cumpádi me admiro
Que preguiça o sinhô
Dá ouvido pra Frei João
Cum seu jeito faladô
Fic’uma semana sem trabaiá
Indo pra missa que horror
Vô seguir umas vinte légua
E voltar como mercador

Assim Quinca viajô
Nóis comecemo a novena
Quinca foi comendo porco
Nóis tava de quarentena
Fiquemo junto em famía
Rezano com seu Badia
Quinca seguindo pro norte
Xingano os boi de Fí de Pemba

Quinca viajô mais longe
Chegano quase no nordeste
Povo daqui muito devoto
Em dia santo num investe
Até encontrar um outro
Apelidado cabra da peste
Ali muito negociô
Vendeu quase tudo que levô
Inda comprô u’as peças de veste

Domingo tinha sido de Ramos
Quinca nem oiô a Cruz
Já era Segunda Santa
A alma de Quinca sem luz
Ele nem pra se acordar
Lembrá que Deus que nos conduz
E q’aquele era o dia
Da prisão do meu Jesus

Carro de boi abarrotado
Famía cum nada importava
O toicim no assuái
O couro de cima acubertava
Oito boi que lá mugia
As roda que cantava
Cinquenta légua pela frente
Por nada Quinca parava

Semana Santa lá seguia
Nossa famía em devoção
A terça já tinha passado
Na quarta a missa da escuridão
Lembrando cuma escureceu
Cum Cristo apanhando na prisão
Eu oiava na estrada
Apertava o coração

Quinta feira tinha chegado
Nada de Quinca aparecê
Na pousada pros pousêro
Nóis tinha muito a oferecê
Na noite de Lava Pés
Tinha comida a mercê
Posêro num pagava nada
Limpava a poeira da estrada
Ia pra missa agradecê

Madrugada de Sexta Feira
Galo começô a cantá
Ouvi um baruio estranho
E comecei a assuntá
Era um carro de Boi
Que estava a viajá
Lembrei do Padim Quinca
Comecei incabulá
Levantei bem depressinha
E meu pai eu fui chamá
O barui foi aumentando
Até nóis podê avistá
Era Quinca que lá evinha
Cum a famía a gargaiá
Vinha descendo a serrinha
Na curva ia entrá
Quando a roda do seu carro
Começou a faiscá
Pegô fogo no toicim
Labareda foi pro ar
A boiada disparô
Famía começô a gritar
Nóis correu lá pra de junto
Mas só os boi pudemos salvá

Entonce agora todo ano
Sexta Feira da Paixão
Sempre que o galo canta
Me aperta o coração
Escuto um carro de boi
Vindo das bandas do sertão
Me alembro de meu padrim
E da sua maldição

Alevanto minhas vistas
Escutando o carro de boi cantá
Carro nenhum aparece
Eu só fico a meditá
Nas coisa de Jesus
Aquele que morreu na cruz
Mas viveu pra nos salvá

Passa hora e tudo acaba
Fico olhando pro capim
Vejo que tudo se foi
E o som do carro de boi
Só no outro ano que vai vim



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