segunda-feira, 7 de julho de 2014

Folia da Roça em Formosa Goiás



A Festa do Divino em Formosa começou definitivamente através da Lei Provincial de Goiás aprovada em 22 de agosto de 1838, ainda quando nossa cidade era chamada de Arraial dos Couros. A primeira festa foi celebrada pelo Padre Joaquim Antônio da Rocha.
É importante lembrar que, devido nossa população ser miscigenada, já aconteciam pousos de folias do Divino e de Reis em nossa região, trazidos pelos tropeiros viajantes vindos de São Paulo e de Minas Gerais.
As primeiras festas eram anuais, até que em 1905, os franceses que compunham o Clero Secular tentaram acabar com a Folia do Divino Espírito Santo, alegando que a mesma profanava o nome do Senhor e que não estava de acordo com os dogmas da religião. Na verdade, nessa época não conseguiram parar esse movimento, chegando em 1910 a ser considerada totalmente cristã pelo próprio Clero.
A partir de 1910, a festa ganhou uma força a mais e o imperador passou a vestir uma roupa específica daquele cargo, sendo essa o símbolo do Poder recebido de Deus para transportar a bandeira. Hoje em dia o imperador usa roupa normal, revestida por uma capa vermelha, bordada com lantejoulas, combinando com a coroa de prata que traz na cabeça. Nas costas da capa, destaca uma pomba rebordada, cujos raios resplandecem representando o Divino Espírito Santo.
Mesmo com todo fervor popular, em 1956 o padre Thiago Leigen, o qual possuía uma visão diferente dos nossos costumes, proibiu a festa por considerá-la profanática e folclórica. Segundo fiéis da época, a suspensão da festa foi um arbitrário e trouxe um grande efeito negativo dentro da Igreja. Uma curiosidade da época é que nesse tempo a Folia da Roça continuou acontecendo, visto que os roceiros passaram a fazer suas devoções por conta própria.
Em 1975 o padre Thiago Leigen foi removido para Belo Horizonte e a festa voltou a ser realizada através da autorização por parte do Bispo Diocesano Dom Victor. Essa nova autorização não se deu assim por acaso, mas debaixo de muita luta de pessoas como o senhor Synésio Araújo, senhora Leny Araújo e dona Vera Couto.
Dentre tantas curiosidades, salientamos o que a devota e lutadora do movimento da Folia Mirim Neima Santos afirma: "O Divino é de fartura, por isso tantas comidas, muitas vezes multiplicada pelo próprio Divino Espírito Santo", a alimentação é calculada geralmente para 7.000 pessoas, tudo com muita fartura. No ano de 2008 foram gastos 05 vacas para a paçoca, 50 vacas para o almoço, 1.000 kg de arroz, 12 sacas de 60 kg de feijão, 75 caixas de óleo, 600 kg de doce, 500 maços de cheiro verde, 365 maços de couve e muito mais.
Durante todos os dias de festa, a noite acontecem os bingos, leilões, bingão e barraquinhas na praça da Catedral de Formosa.