quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

FORMOSA, BERÇO DAS ÁGUAS INVADIDO POR HOMENS... Por: Professor Samuel Lucas



Praça da Feira
Feira Coberta
Formosa esta localizada na região Sudeste de Goiás, distante 280 km da capital do Estado, Goiânia, e a 75 km da cidade de Brasília, embora faça divisa com o Distrito Federal a apenas 5 km do centro da cidade. A ligação de Formosa com a capital federal se dá através da BR – 020, sendo esta duplicada. Formosa é uma das principais cidades que formam a RIDE – DF (Região Integrada do Desenvolvimento do Entorno do Distrito Federal).
Sua altitude é de 918 metros do nível do mar e sua temperatura média é de 25º C. Contando com ventos calmos, o local é bastante ideal para esportes aéreos como voo livre, parapente, paraquedas, aero-planador, entre outros.
O Município de Formosa tem uma área de 7.200 km quadrados, com seu relevo formado por extensos chapadões e terras vermelhas, tendo ainda variações com lugares baixos e planos elevados.
Formosa está situada em privilegiada posição geográfica, no começo das três bacias brasileiras. A do Amazonas representada pelo Ribeirão Bandeirinha, a do Prata pelo Ribeirão Pipiripau e a do São Francisco pelo Ribeirão Santa Rita, tendo sido em virtude disto, chamada pelo poeta goiano Leo Lince – “Berço das Águas do Brasil”.
Entre tantos rios e lagoas na cidade de Formosa, vamos destacar os mais conhecidos: Rio Paranã, Rio Paraim, Rio Preto (que nasce na Biquinha do Mato da Bica e recebe o Ribeirão Bezerra), Rio Urucuia, Rio Bonito, Lagoa Azul, Lagoa da Espora, Lagoa da Vargem, Lagoa dos Veados, Lagoa do Corcunda, Lagoa do Paraim, Lagoa Grande, Cachoeira do Timóteo, Cachoeira da Úrsula, Cachoeira do Capetinga, Cachoeira do Paraim, Cachoeira da Água Fria, Cachoeira do Itiquira, Cachoeira do Bisnau e outros.
No entanto, existem rios, lagos e lagoas que foram invadidos pela população e hoje em dia estão voltando com enchentes e alagamentos. Aqui falaremos de alguns pontos críticos.
Entre a Rua 01 e Rua 03 do Setor Primavera, existia um córrego que corria praticamente todo o ano. Com o tempo, o então prefeito José Saad instaurou o Setor Industrial às margens desse córrego, o qual chegou ao ponto de secar e, ainda hoje, pode procurar a casa do “Serginho” atrás da Favorita Casa dos Pães e verá o resultado de rachaduras e fissuras que sempre acontece naquele local.
A casa 271 da Rua 01 do Setor Primavera, bem como a casa que faz fundo à mesma (frente à Rua Padre Thomé) foram construídas pelo senhor Alcides Ribeiro Pacheco, morador hoje da Rua 09 do Setor Ferroviário. Essas casas foram construídas com barro retirado da “Lagoa do Adobe”, que hoje é exatamente onde está o Colégio Estadual José Décio. A região, possui ainda um lençol freático inativo, o que pode ocorrer rachaduras e fissuras nas casas da localidade. Lembro ainda que é uma grande região, pois outra lagoinha existia também onde hoje é a Praça Pedro Chaves (Hotel Imperatriz) e que em 1938, a partir do Plano do Centenário, idealizado pelo prefeito Antônio Jonas de Castro e realizado por Amaro Juvenal de Almeida, foi permitido a construção do hotel e, logo mais tarde, a região da lagoinha deu espaço a uma praça.
Não obstante, abaixo da lagoinha, passava o córrego que descia da Lagoinha do Abreu (que encontra canalizado e pode ser percebido frente à Drogaria Modelo), córrego esse que recebia a água da Lagoinha do Abreu, da Lagoinha (da imperatriz), da Lagoa do Adobe, do Córrego dos Oliveiras (que passava atrás da Favorita) e outras águas. Esse córrego cortava a cidade, passando ao lado da área escolhida por Padre Thomé para a construção do cemitério (1863) e chegava até a Lagoa do Santos (pois era dentro da chácara do Sr. Santos). Essa área do Córrego da Lagoinha é onde hoje abriga a Feira Coberta, a qual está exatamente abaixo da área onde era a Lagoa do Adobe, e é uma área que frequentemente sofre com alagamentos, mesmo tendo sido feito diversos sistemas de drenagens, iniciando com a galeria construída por José Saad, o manilhamento feito por Jair de Paiva e, por último, o manilhamento construído por Tião Caroço, que chegou a desviar o curso das águas frente ao Cemitério da Concórdia, levando-a a desaguar no córrego Josefa Gomes, que passou também a sofrer transbordamentos devido o excesso do volume de águas.
Praça da Feira
Ainda na área central, que consistia em um grande brejo, temos o local onde hoje se encontra a central da OI Telefonia, onde tínhamos uma mina d’água com mais de 200 polegadas, a qual foi canalizada e hoje já quase não flui mais. Inclusive, nesse local o IBGE instalou uma Estação Geodésica Altimétrica, que referencia a cidade em relação ao mar. O local, totalmente impermeabilizado o solo por asfalto, casas e calçadas, já não cumpre com o seu papel de mina, mas continuamente sofre por alagamentos, principalmente visto seu propósito inicial de acumular águas.
Ainda mais abaixo, próximo ao Laguinho do Vovô, margeando a Avenida Califórnia (frente à Maison Festas), temos uma área que está sendo dia após dia soterrada e, sendo uma região brejeira, já tivemos diversos problemas com afundamento do solo, principalmente próximo ao antigo DiCasa da Avenida Anhanguera.
Outro ponto que sofre com muito alagamento é a região da chácara do Sr. Santos que, após sua morte, diversos moradores passaram a morar ao redor da Lagoa do Santos e a sua baixa altitude faz com que a água entre não seja suportada pela canalização e invada as casas. A água da Lagoa do Santos após ter sido parcialmente desviada, avoluma demasiadamente as canalizações pluviais e chega a ocorrer atrocidades em outros pontos da cidade, como é o caso da Volta do Brejo.
Por falar na Volta do Brejo, esse é um local que antigamente sequer conseguia furar para colocar um padrão de energia, pois alcançava água do lençol freático. O local foi sendo construído e, devido sua baixa altitude em referência a outros pontos da cidade, se torna uma região crítica, pois acumula as águas da enxurrada e sofre com a rede pluvial que já recebe água de toda a região. As manilhas, mesmo sendo de 1,20m não suportam a quantidade de águas e supitam.
Volta do Brejo (Setor nordeste)
Volta do Brejo (Setor Nordeste)
Lembramos ainda que toda a água dos dois lados de Formosa (Jardim das Américas e Formosinha) caem dentro do córrego Josefa Gomes, o qual foi canalizado pelo então prefeito José Saad em toda a extensão da Avenida Ivone Saad e, devido o desvio de outras águas que foram canalizadas no projeto pluvial desenvolvido pelo prefeito Tião Caroço, já não suporta mais o volume excessivo e continuamente está transbordando e causando caos aos moradores locais.
Córrego Josefa Gomes (Av. Ivone Saad)
No mesmo córrego Josefa Gomes, moradores passaram a morar em sua margem, inclusive invadindo a área mínima de segurança, ocasionando alagamentos constantes, lembrando que o volume se torna tão imenso, que o mesmo chega a passar sobre a ponte que está localizada na Avenida “B” do Vila Verde.
Córrego Josefa Gomes (Av. B)
Esses são reflexos de uma ocupação desordenada que vem acontecendo dentro de aproximadamente uns 150 anos e que torna muito difícil a sua regularização, visto a necessidade de derrubar muitas casas centrais e inclusive prédios públicos.
Alguns estudos estão sendo feitos e, sendo um assunto de calamidade pública, temos realmente que olhar com cuidado para que não tenhamos erros em nossos julgamentos.
As fotos aqui apresentadas foram postadas no facebook por formosenses da realidade atual, sendo principalmente do compartilhamento de Valmir Moreira e Marina Coelho.

18 de dezembro de 2013



Feira Coberta

terça-feira, 25 de junho de 2013

A Noiva da Chácara das Laranjeiras



Assim que passaram a habitar a Lagoa do Santo, certo senhor comprou uma chácara mais acima da lagoa e passou a plantar diversos pés de laranja. Esse lugar passou a ser conhecido exatamente como Chácara das Laranjeiras. Eram as laranjas mais doces da região, tanto que eram enviadas também para Santa Luzia, Comarca de Santa Cruz e até para São Vicente.
Este senhor tinha uma filha muito bonita e que era disputada por todos os homens da região, no entanto ela enjeitava os ricaços que a procurava e resolveu se noivar com um simples peão da redondeza. Um dos mais estudados da época, filho de família nobre não aceitava essa condição e resolveu consegui-la a qualquer preço.
Observando os encontros dos noivos, percebia que ao chegar, o noivo sempre pegava uma laranja de um mesmo pé, descascava com seu canivete e chupava ali mesmo. Essa foi a artimanha principal para maquinar o plano maligno de matá-lo.
Esse jovem buscou um veneno mortal e injetou durante o dia em todas as laranjas daquele pé, na expectativa de que, chegando o noivo, o mesmo chupasse uma laranja e morresse ali mesmo.
Nesse dia em especial, no momento que a jovem chegou, a mesma viu uma laranja muito bonita e resolveu chupá-la enquanto aguardava o noivo, morrendo naquele momento.
Como o amor entre os dois era imenso, a alma dela continuou vagando enquanto acreditava se casar, continuando a vagar até hoje. O próprio coveiro do cemitério da Concórdia já viu essa mulher de branco entrando no cemitério e desaparecendo de maneira que ninguém mais a encontre. Aquele que quiser ver é só permanecer no próprio cemitério que algum dia terá o orgulho de encontrá-la.
Esse caso deu origem ao nome do Parque das Laranjeiras, pena que a referida laranjeira, mesmo sendo amaldiçoada, foi cortada pelos moradores para tentar afugentar a alma dessa noiva. 

A lenda do Monjolo



Um pouco abaixo da barra onde o Rio Itiquira desemboca no Rio Paranã, mesmo depois que acabou o Arraial Santo Antônio do Itiquira, algumas pessoas insistiram em ficar no local, visto ser um lugar muito produtivo. Na época desse acontecido, os antigos nos relatam que o povo formosense era muito ligados à devoção espiritual, percebendo claramente castigos aos rebeldes.
Então abaixo da barra, morava uma família que amava mais o dinheiro que a crença, sempre desrespeitando as demais pessoas que eram devotas.
Exatamente em uma Sexta Feira da Paixão o patriarca da família que tinha diversas sacas de arroz a serem limpos pra entregar na próxima semana, como não respeitava nada e nem ninguém, não se importou em trabalhar, empilhando sacas e mais sacas ao lado do monjolo para dar conta de todo o trabalho.
Assim que ele despejou o primeiro saco de arroz no monjolo, formou juntamente uma tromba d’água no Rio Itiquira e outra no Rio Paranã. Tamanha era a força da tromba d’água do Itiquira, que quando caiu na cachoeira afundou 2 metros a mais e saiu carregando todos essas pedras. De igual modo a tromba d’água do Paranã saiu arrastando grandes árvores, como é de costume sempre acontecer em tal rio.

Quando as duas trombas d’água se encontraram na barra, nunca houve algo que assemelhasse a um décimo daquele algo devastador, que saiu carregando tudo, passou pela chácara do monjolo e matou a todos, levando também seus bens e pertences, ficando, no entanto apenas o monjolo que em toda madrugada de Sexta Feira da Paixão toca muito relembrando a devoção de todos nós formosenses.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Vem aí o livro Formosa: uma visão antropológica.

Depois de 2 anos de pesquisas, finalmente estou encaminhando para a editora o livro tão almejado por Formosa. 
Uma das principais curiosidades é o apoio da Cúria Diocesana com diversos arquivos antes não conhecidos por Formosa é com referência à construção da Catedral Imaculada Conceição, a qual é datada a planta de 20 de setembro de 1925. 


Quero aproveitar para pedir se alguém por acaso conhece de quem é essa assinatura, pois não consegui descobrir...

Outros documentos, aguarde o lançamento do livro que será de preferência até o mês de julho do corrente ano.