terça-feira, 25 de junho de 2013

A Noiva da Chácara das Laranjeiras



Assim que passaram a habitar a Lagoa do Santo, certo senhor comprou uma chácara mais acima da lagoa e passou a plantar diversos pés de laranja. Esse lugar passou a ser conhecido exatamente como Chácara das Laranjeiras. Eram as laranjas mais doces da região, tanto que eram enviadas também para Santa Luzia, Comarca de Santa Cruz e até para São Vicente.
Este senhor tinha uma filha muito bonita e que era disputada por todos os homens da região, no entanto ela enjeitava os ricaços que a procurava e resolveu se noivar com um simples peão da redondeza. Um dos mais estudados da época, filho de família nobre não aceitava essa condição e resolveu consegui-la a qualquer preço.
Observando os encontros dos noivos, percebia que ao chegar, o noivo sempre pegava uma laranja de um mesmo pé, descascava com seu canivete e chupava ali mesmo. Essa foi a artimanha principal para maquinar o plano maligno de matá-lo.
Esse jovem buscou um veneno mortal e injetou durante o dia em todas as laranjas daquele pé, na expectativa de que, chegando o noivo, o mesmo chupasse uma laranja e morresse ali mesmo.
Nesse dia em especial, no momento que a jovem chegou, a mesma viu uma laranja muito bonita e resolveu chupá-la enquanto aguardava o noivo, morrendo naquele momento.
Como o amor entre os dois era imenso, a alma dela continuou vagando enquanto acreditava se casar, continuando a vagar até hoje. O próprio coveiro do cemitério da Concórdia já viu essa mulher de branco entrando no cemitério e desaparecendo de maneira que ninguém mais a encontre. Aquele que quiser ver é só permanecer no próprio cemitério que algum dia terá o orgulho de encontrá-la.
Esse caso deu origem ao nome do Parque das Laranjeiras, pena que a referida laranjeira, mesmo sendo amaldiçoada, foi cortada pelos moradores para tentar afugentar a alma dessa noiva. 

A lenda do Monjolo



Um pouco abaixo da barra onde o Rio Itiquira desemboca no Rio Paranã, mesmo depois que acabou o Arraial Santo Antônio do Itiquira, algumas pessoas insistiram em ficar no local, visto ser um lugar muito produtivo. Na época desse acontecido, os antigos nos relatam que o povo formosense era muito ligados à devoção espiritual, percebendo claramente castigos aos rebeldes.
Então abaixo da barra, morava uma família que amava mais o dinheiro que a crença, sempre desrespeitando as demais pessoas que eram devotas.
Exatamente em uma Sexta Feira da Paixão o patriarca da família que tinha diversas sacas de arroz a serem limpos pra entregar na próxima semana, como não respeitava nada e nem ninguém, não se importou em trabalhar, empilhando sacas e mais sacas ao lado do monjolo para dar conta de todo o trabalho.
Assim que ele despejou o primeiro saco de arroz no monjolo, formou juntamente uma tromba d’água no Rio Itiquira e outra no Rio Paranã. Tamanha era a força da tromba d’água do Itiquira, que quando caiu na cachoeira afundou 2 metros a mais e saiu carregando todos essas pedras. De igual modo a tromba d’água do Paranã saiu arrastando grandes árvores, como é de costume sempre acontecer em tal rio.

Quando as duas trombas d’água se encontraram na barra, nunca houve algo que assemelhasse a um décimo daquele algo devastador, que saiu carregando tudo, passou pela chácara do monjolo e matou a todos, levando também seus bens e pertences, ficando, no entanto apenas o monjolo que em toda madrugada de Sexta Feira da Paixão toca muito relembrando a devoção de todos nós formosenses.