COBERTURA TOTAL DESFILE CÍVICO – 7 de
Setembro de 2012
Formosa Goiás
Por Samuel Lucas
Ainda era fevereiro de 2012 e a
Secretaria Municipal de Educação já iniciava as preparações para o Desfile
Cívico de 7 de Setembro, a maior festa cívica de Formosa e Região. Nesse ano, a
atual Secretária de Educação, professora Ione Antonini, idealizou um desfile
que mostrasse a realidade formosense, englobando a história, lendas, costumes,
artes e cultura de nosso povo.
O trabalho inicial foi baseado em
pesquisas, para o qual o professor Samuel Lucas foi escolhido, chegando a
descobrir com isso várias curiosidades, desde lendas remotas que estavam se
acabando até histórias ocultas que o próprio formosense não conhecia.
No dia 7 de setembro, os formosenses
viram nas ruas o resultado desse trabalho, onde dignificou e valorizou o
cidadão comum de nossa cidade, mostrando ou relembrando fatos que foram
inusitados na cidade de Formosa.
Por volta das 7h30min, o Prefeito
Municipal Pedro Ivo de Campos Faria realizou uma revisão nas tropas militares
que já encontravam devidamente posicionadas, sendo que pontualmente às 8h00min
houve o hasteamento das bandeiras, sendo a Bandeira do Brasil hasteada pelo
Tenente Coronel Valério Luiz Lange, comandante do 6º Grupo de Lançadores
Múltiplos de Foguetes e Campo de Instrução de Formosa, a bandeira do Estado de
Goiás hasteada pelo Major Isaias Inácio da Silva, comandante do 16º Batalhão de
Polícia Militar e a bandeira do Município de Formosa hasteada pelo Prefeito
Municipal Pedro Ivo de Campos Faria. Essa cerimônia foi ao som do Hino Nacional
e Hino a Formosa tocado pela Banda Municipal de Formosa.
Assim, neste dia 07 de setembro de
2012 onde comemoramos 190 anos de Independência e 169 anos de emancipação
política do nosso município, foi feita a abertura oficial através da fala do
Prefeito Municipal e do desfile cívico das bandeiras nas motos, sendo que o
Exército Brasileiro conduziu a Bandeira do Brasil, a Polícia Militar conduziu a
Bandeira de Goiás, o Corpo de Bombeiros conduziu a Bandeira de Formosa e a
Polícia Rodoviária conduziu a Bandeira da Paz.
Abrilhantando
nosso desfile, iniciamos com os ex-combatentes da Força Expedicionária
Brasileira, que combateram com bravura e venceram com glória durante a 2ª
Guerra Mundial, escrevendo com sangue uma das mais relevantes páginas da nossa
história militar.
A
abertura do pelotão escolar se deu pela Escola Municipal Ana Balduíno Chaves,
que procurou fazer uma breve mostra de todo brilho que teria no decorrer dos
desfiles. Acompanhando esse bloco estavam os carros alegóricos com nossas
crianças que estudam em nossos Centros de Educação Infantil, mostrando nossa
história desde os primeiros moradores do Município de Formosa, que deixaram
pinturas em cavernas e gravações em pedras, datadas de 4.500 anos antes de Cristo,
o criolo que transportava boiadas dos currais da Bahia, Pernambuco e São
Francisco que aqui erradicaram, a rendeira, o roceiro, a Imperatriz Dona Teresa
Cristina, o Visconde de Porto Seguro, caipiras, leiteiros, cozinheiras e
lavadeiras.
A
APAE também mostrou sua colaboração, pois ela também faz parte da criação dessa
história, com suas técnicas especiais de ensino e aprendizagem, fazem a
igualdade do ensino para todos, independentes de suas dificuldades.
A
fanfarra da Escola Municipal Madalena Mendes Nesralla veio juntamente com o
pelotão da Escola Municipal Liãozinho e a Extensão do Planalto representando
nossos prefeitos municipais. Cabe lembrar que Formosa teve vários prefeitos
deste os Intendentes do Império, Administração Provisória, Intendentes da
Primeira República ou Presidentes da Câmara que assumiram o cargo de Prefeito
ou de Administradores de Transição.
A
fanfarra da Escola Municipal Professor Joaquim Moreira fez a abertura do
pelotão composto juntamente com a Escola Municipal Padre Geraldo Gloudemans e
Escola Municipal Professora Ediva Maria de Paiva Viana que, orgulhosos pela sua
gente, mostraram seus filhos, pessoas honrosas que somaram para o desenvolvimento
do nosso município, concedendo seus nomes às escolas municipais, valorizando
nosso povo, nossa cultura, nossa história.
A
fanfarra da Escola Municipal Franklin Granham, abrilhantando o pelotão das
escolas municipais do campo, relembraram algumas festas importantes, como a
EXPOAGRO de Formosa, iniciada em 1944, que vem conseguindo a cada ano um
aumento significativo do número de visitantes e na qualidade dos animais
expostos. A feira expõe as principais raças de bovinos e equinos, além de
animais exóticos, máquinas agrícolas, entre outros veículos. Além disso, a EXPOAGRO
oferece grandes shows artísticos com atrações regionais, nacionais e rodeios.
Outras escolas do bloco lembraram que no mês de Junho temos quermesses em
homenagem a São João, São Pedro e Santo Antônio, acontecendo assim as festas
juninas que enche de alegria nosso arraial com danças, comidas típicas e
bandeirinhas. Durante os festejos acontecem quadrilhas, forrós, leilões, bingos
e casamentos caipiras. A canjica, a pamonha, o pé de moleque, o quentão são
comidas tradicionais desta festa. A Escola Agrícola Lucila Saad lembrou de quantos
doces com sabores exóticos de nossas frutas do cerrado, onde entre eles estão a
gabiroba, araticum, gravatá, cagaita e pequi que fazem parte do delicioso cardápio
goiano. Lembrando-se do bom sabor do arroz com pequi, frango com guariroba,
empadão goiano e a tradicional galinhada.
A
fanfarra da Escola Municipal Eduardo de Sousa Lobo juntamente com a Escola
Municipal Maria das Dores e a Escola Municipal Orlandina de Castro Trindade lembraram-se
de nossos índios, caipiras, lavadeiras, cozinheiras, lenhadores e caçadores,
pois afinal, foi no contato manual com a terra que o homem descobriu o barro
como forma de expressão. Tradicionalmente, o percebemos, na confecção de potes,
panelas, cachimbos, objetos de adorno e outros. E sendo utilizados desde
os índios até os caipiras. O ferro e a madeira também produziram ferramentas
como a carroça utilizada para os serviços rurais. A carroça e a charrete
serviram por muito tempo como transporte para os passeios do centro até a Lagoa
Feia. Essa escola aproveitou a carroça para mostrar seus utensílios, ficando
algo bastante formosense. Nesse bloco ainda seguiu o Museu dos Couros, que busca
resgatar a história e as tradições do município, com a ideia de mobilizar a
população para a realização de eventos que valorizam as raízes centenárias da
região. A Semana da Moagem promovida pela Fundação Museu Couros estimula o
conhecimento dos subprodutos de um engenho de cana-de-açúcar, como a rapadura,
o melado, açúcar mascavo, e caldo de cana. Iniciativas que atraem um grande
número de visitantes interessados em conhecer a cultura da nossa região.
A
fanfarra da Escola Municipal Izaira Machado de Freitas Camargo abrilhantou o
bloco constituído pela Escola Municipal Padre José Ribeiro Leopoldino e Escola Municipal
Yannie do Prado Oppa, os quais fizeram um resumo da história de Formosa,
lembrando que Formosa, com sua história cheia de causos, tem mais encantos que
seu nome possa indicar. Sua formação se dá pelos índios, crioulos do arraial de
Santo Antônio, onde boiadeiros e garimpeiros que faziam o trajeto entre a Bahia
e Minas Gerais, seguindo para a Capitania de São Paulo, e aqui levantaram as
primeiras choupanas, cobertas e cercadas com o couro de boi, dando origem ao
primeiro nome da localidade: Arraial dos Couros. Tão logo em 1º de agosto de
1843, diante das suas belezas naturais e buscando homenagear a Imperatriz Dona
Teresa Cristina, foi elevado a categoria de Vila, recebendo o nome de Vila Formosa
da Imperatriz, ficando esse dia sendo a data oficial do município. Em 1844, com
a instalação da Câmara Municipal, passou a categoria de cidade consolidando-se
com o nome de FORMOSA, Tendo como primeiro prefeito o senhor Lázaro de Melo
Álvares e atualmente o Senhor Pedro Ivo de Campos Faria.
A
Extensão da Escola Municipal Liãozinho – Catavento mostrou a nossa belíssima
Catedral, com sua história e sua procissão. Lembramos que a construção da
catedral começou dia 21 de maio de 1957, tendo a igreja coberta no final de
junho de 1960, onde começou as missas. Braços fortes levantaram esse santuário
de louvor onde o povo formosense, através da sua fé pode elevar suas orações a
Deus pai e a Imaculada Conceição. Em 15 de agosto de 1967 foi realizada na
Catedral a grande Festa da Imaculada Conceição.
A
fanfarra da Escola Municipal Maria Lícia veio com o pelotão formado pela Escola
Municipal Auta Vidal, Escola Municipal Adelina Rodrigues e Escola Municipal
Pastor Otaides, que teve como tema nossas danças regionais, sendo a catira a
mais importante manifestação artística de Formosa, a curraleira, que repete os
movimentos da catira, sendo que seus dançarinos tocam pandeiros e caixas
artesanais e a rancheira, onde notamos a presença da mulher.
Como
não poderia faltar, a Escola Municipal Pedro Chaves Filho mostrou a Folia do
Divino Espírito Santo, que é a mais tradicional festa popular da cidade de
Formosa. A festa é de agradecimento e alegria, expressos através da
espiritualidade e da devoção do povo da região, preservado ao longo dos anos
através da perfeita união entre religiosidade e cultura popular.
A
fanfarra da Escola Municipal Domingos de Jesus Monteiro Guimarães veio
acompanhada da Escola Municipal Floripes Pires Lopes e da Escola Municipal
Gabriela Amado, que vieram lembrando nossos cantores e duplas regionais.
Afinal, quem não se lembra do Casamento da Raposa de Zé Vazante e Mariazinha?
Já
o pelotão formado pela fanfarra da Escola Municipal Walda Miranda de Paiva, Escola
Municipal Margarida de Sousa Lobo e Escola Municipal Marileila Alves dos Santos
representaram nossas pessoas com o dom de encantar, de traduzir em verso e prosa,
os sentimentos, os desejos e os anseios do coração, orgulhando-se pela sua
gente capaz de exprimir através de palavras, revelando aptidões poéticas,
românticas e literárias.
Finalizando
a participação das Escolas Municipais, tivemos a participação das dançarinas do
Centro de Educação Física Escolar, dançando músicas que lembraram os tempos
remotos, como a Pastorinha, Arriba a saia e Arnald no choro. Nos costumes
antigos, a Praça do Jardim Centenário foi o cenário perfeito para muitos
eventos que ali aconteciam, sendo uma das curiosidades o movimento de Vai e
Vem. Esse costume acontecia, hora ao som da Banda Municipal, hora ao som da rádio
comunitária.
O
Centro de Tradições Gaúchas fez sua
brilhosa participação, pois realmente construiu conosco uma boa parte de nossa
história, principalmente na agricultura e pecuária regional.
A
Banda Marcial do Colégio Estadual Sérgio Fayad Generoso, regida pelo instrutor
Gilmar Fernandes abrilhantou a abertura oficial dos Colégios Estaduais, sendo
acompanhado pelo Colégio Estadual Helena Nasser, que trouxe nossa Folia da
Roça.
A
tradicional Fanfarra Rui Sena do Colégio Estadual Hugo Lobo veio com seus
tradicionais toques e brilhantismo que perdura décadas, trazendo consigo a
representação da quadrilha e o Colégio Estadual Maria Angélica de Oliveira com
a Dança da Capoeira.
A
fanfarra do Colégio Estadual Claudiano Rocha fez a abertura da tradicional estudantina.
A Estudantina foi o
principal bloco carnavalesco da nossa cidade, iniciado pelo Prof. Americano do
Brasil. Dizem que o samba rasgado surgiu aqui. Quando o baile ficava muito
cheio, alguns cavalheiros pediam à banda que acelerasse o ritmo para que as
pessoas saíssem do salão, criando, assim, mais espaço para dançarem. No desfile
os Colégios resgatam os costumes da época, bem como suas vestimentas.
Já
a Fanfarra Estrelas do Cerrado, do Colégio Estadual Domingos de Oliveira, juntamente
com o Colégio Estadual Americano do Brasil e Colégio Estadual Dr. José Balduino
de Souza Décio, trouxe o brilhantismo das nossas lendas, lembrando-se da
Lenda do Romãozinho, que ainda hoje faz travessuras nas fazendas; a Lenda do
Nego D'água que ainda vigia o Rio Paranã e a Lenda da Serpente gigante, com seu
rabo na Lagoa Feia e a cabeça embaixo da antiga Igreja de Santo Estevão.
O
Colégio Estadual Joaquim Antonio de Magalhães, com recursos próprios, adquiriu
os instrumentos e reativou a fanfarra, em março deste ano, abrilhantando assim
o seu pelotão que mostrou os carnavais atuais. Não podemos esquecer os bailes e
serestas realizados no Iate Clube e no Tênis Clube de Formosa, sendo exatamente
o local onde foram realizados os primeiros carnavais. A festa foi grandemente adotada
pela população, o que tornou o carnaval uma das maiores comemorações do país.
As famosas marchinhas, trios elétricos tornam a festa animada e a alegria
garantida. No carnaval atual as fantasias nos remetem aos esportes, profissões,
autoridades, onde também homem veste de mulher e mulher veste de homem. O
Colégio Estadual Miguel Affiune acompanhou mostrando seu projeto de judô e
capoeira.
A
Pastoral Diocesana da Criança veio mostrar seu trabalho que tem desempenhado
durante esses 20 anos na Diocese de Formosa, promovendo o desenvolvimento
integral das Crianças, e consequetemente, de suas famílias nas comunidades, em
que estão inseridas. Está presente em todo Brasil com o trabalho guiado pela
solidariedade humana. A pastoral da Criança em Formosa abrange toda Diocese, e
foi fundada por iniciativa do Saudoso Bispo, Dom Victor Tielbeek, então Bispo
da Diocese de Formosa. Atualmente, a Coordenadora Diocesana é a Senhora Rita de
Cássia Santiago.
Na
abertura dos pelotões dos colégios particulares, o Colégio São José, com sua
fanfarra regida pelo instrutor Carlos Azevedo, trouxe para a avenida um
diferencial: o grupo de dança com suas
belas coreografias, mostra a história formosense e suas famosas lendas: A lenda
da Serpente Gigante, cujo rabo se encontra na Lagoa Feia e a cabeça embaixo de
onde era a antiga Igreja de Santo Estevão; O Nego D’água que continua sua
constante vigilância nas águas do Rio Paranã; O Cruzeiro da Lagoa Feia, o
grande marco para afugentar as plantas que tampavam toda aquela lagoa; e quem
não se Lembra do Porco Espinho gigante que dorme embaixo do jequitibá na Mata
da Bica.
A Banda Marcial Iesgo, grande surpresa para Formosa,
foi formada em um mês pelo maestro Samuel Lucas, trazendo seu repertório
voltado para apresentações circenses, incorporando ao tema do pelotão que foi o
resgate do Circo Dona Carlota, circo esse que, em 1910, passou por Formosa,
deixando uma grande contribuição cultural para nossa sociedade.
Fechando a participação dos colégios formosenses, o
Colégio dos Sagrados Corações, comemorando seus 50 anos de existência,
abrilhantou-se pela sua tradicional fanfarra e seu pelotão resumindo a maioria
dos assuntos do desfile cívico em sua apresentação.
A Secretaria Municipal de Promoção Social entrou na
avenida ao som do Olodum tocado pela fanfarra do PETI, instruída pelo
nordestino “Mamédi”, o qual inseriu em seu bloco também instrumentos
artesanais. O PETI trouxe também mostra da capoeira e, inédito nos desfiles de
7 de setembro, mostrou os trabalhos de Roberto Peçanha, denominados Memórias de
Formosa.
Abrilhantando ainda o pelotão da Secretaria
Municipal de Promoção Social, a fanfarra do ProJovem regida pela instrutora
Oliete inovou com o toque do Lundu, diferencial para todo o grupo que, com suas
bailarinas jovens, bem como as bailarinas da Terceira Idade, mostraram a
realidade dos bailes e festas antigas de Formosa. Ainda mostraram uma
brinquedoteca das humildes crianças que habitavam nossa região, bem como um
carro alegórico representando o Iate Clube e o Tênis Clube, nossas casas de
festas pioneiras da cidade.
Participaram ainda os catadores da coleta seletiva,
os alunos participantes do projeto Bom de Bola, Bom na Escola, os alunos do
PROERD, moto clube “Os Lobos”, Clube do Jipe e Lins Clube de Formosa.
Como é tradição, o evento foi finalizado pela
belíssima apresentação dos militares, tanto do Exército Brasileiro, quanto das
Forças Auxiliares: Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar,
Bombeiros e Guarda Municipal, todos intercalando tropas e veículos de trabalho.
Assim, Formosa recordou suas raízes em mais essa
grandiosa festividade cívica, onde nosso
civismo não deixou de ser história marcante em nossa Pátria Amada, chamada
Brasil.
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