Assim que passaram a habitar a Lagoa do Santo,
certo senhor comprou uma chácara mais acima da lagoa e passou a plantar
diversos pés de laranja. Esse lugar passou a ser conhecido exatamente como
Chácara das Laranjeiras. Eram as laranjas mais doces da região, tanto que eram
enviadas também para Santa Luzia, Comarca de Santa Cruz e até para São Vicente.
Este senhor tinha uma
filha muito bonita e que era disputada por todos os homens da região, no
entanto ela enjeitava os ricaços que a procurava e resolveu se noivar com um
simples peão da redondeza. Um dos mais estudados da época, filho de família
nobre não aceitava essa condição e resolveu consegui-la a qualquer preço.
Observando os encontros
dos noivos, percebia que ao chegar, o noivo sempre pegava uma laranja de um
mesmo pé, descascava com seu canivete e chupava ali mesmo. Essa foi a artimanha
principal para maquinar o plano maligno de matá-lo.
Esse jovem buscou um
veneno mortal e injetou durante o dia em todas as laranjas daquele pé, na
expectativa de que, chegando o noivo, o mesmo chupasse uma laranja e morresse
ali mesmo.
Nesse dia em especial, no
momento que a jovem chegou, a mesma viu uma laranja muito bonita e resolveu
chupá-la enquanto aguardava o noivo, morrendo naquele momento.
Como o amor entre os dois
era imenso, a alma dela continuou vagando enquanto acreditava se casar,
continuando a vagar até hoje. O próprio coveiro do cemitério da Concórdia já
viu essa mulher de branco entrando no cemitério e desaparecendo de maneira que
ninguém mais a encontre. Aquele que quiser ver é só permanecer no próprio
cemitério que algum dia terá o orgulho de encontrá-la.
Esse caso deu origem ao
nome do Parque das Laranjeiras, pena que a referida laranjeira, mesmo sendo
amaldiçoada, foi cortada pelos moradores para tentar afugentar a alma dessa
noiva.